A primeira (falsa) menstruação…
estapafurdiosdoquotidiano, 30.09.13
Eh, pá… Então, mas o que vem a ser isto? Isto será normal? Pois que não sei, mas de uma coisa eu tenho a certeza: isto... é demasiado injusto. É injusto e parvo, mas que é, lá isso é… Não há nada a fazer, mas lá teremos de aguentar, certo? Pois… E do que é que eu estou a falar? Estou a falar da segunda-feira, raios! Do que mais poderia ser, hum?! Bom, mas vamos lá ao estapafúrdio de hoje, que eu tenho mais que fazer do que estar aqui a engonhar, ou a encher chouriços – é como o freguês preferir…
Em Hayward, Califórnia (EUA), uma menina de 10 anos foi baleada enquanto estava a dormir calmamente na sua cama, no seu quarto. Um tiro certeiro numa das nádegas da criança, que a fez acordar cheia de dores, e envolta numa poça de sangue. A menina, atormentada e assustada pelo o que se estava a passar, desatou a gritar pelos pais, para que a acudissem. Os pais chegaram ao quarto e, em vez de ligarem rapidamente para as urgências, optaram antes por se congratular pelo facto de a filha se tornar numa mulher! Sim, os pais – estúpidos! – pensavam que tinha aparecido a primeira menstruação à menina de 10 anos. Só mais tarde, e após as várias queixas de dores fortes por parte da criança, é que resolveram investigar melhor, acabando por descobrir o buraco da bala no colchão. Apressaram-se a levar a filha para o hospital, e a coisa lá se resolveu. A menina encontra-se estável, mas ninguém descobriu de onde surgiu a maldita bala. Ora, mas que estupidez foi esta? Como é que uns pais têm uma atitude destas, quando a filha de apenas 10 anos se queixa de dores fortes na zona do rabiosque?
O Estapafúrdios do Quotidiano não falou com ninguém desta família (Contenção de custos…), mas decidiu recriar a cena ocorrida depois de a criança de 10 anos acordar, após ter sido baleada…
A menina acorda com dores…
Menina (pensando): Ai… Ai… Ui… Ui… Ai… Ai… Mas, que raio é isto? Mas que dor tão forte na minha nádega direita… Mas, o que isto…? Será que fui violada por um fantasma, enquanto dormia… É o que dá sonhar com o Michael Jackson… Ai, meu Deus… Será que o meu sonho se tornou realidade…? Ora, deixa-me cá acender a luz e ver o que se passa, que esta dor já me está a enervar…
A menina acende a luz…
Menina (monólogo histérico): AI! UI! AI! UI! AI! MAS O QUE É ISTO?! SANGUE! TANTO SANGUE! AI, MEU DEUS! MAS QUE DOR TÃO FORTE… EISH! O QUE É ISTO? UM BURACO NO COLCHÃO… E OUTRO NA MINHA NÁDEGA… AI! TU QUERES VER QUE… FUI BALEADA?! É... QUE FUI MESMO! AI, MEU DEUS! ÓÓÓÓÓÓ MÃEEEEEEEE! ÓÓÓÓÓÓ PAIIIIIIIII! AI, MEU DEUS…
Eis que chega a mãe…
Mãe (ensonada): Ó filha… mas, então… O que é que se passa, filha? Foi outro pesadelo? Ó filha, eu já te disse que o Michael Jackson já faleceu há imenso tempo… Ele já não te pode fazer mal, e os fantasmas – como eu já te disse, inúmeras vezes – não existem… Volta lá para a cama, filha… E dorme descansada… Mas, se preferires, a mãe dá-te um Xanax…
Menina (aparvalhada): Um Xanax, mãe…? Mas eu tenho apenas 10 anos… Será que eu devia tomar essas coisas… mãe…?
Mãe (em dúvida): Hum… é uma boa pergunta, filha… Mas, vá… volta lá para a cama que isto não são horas para estarmos em amena cavaqueira…
Menina (desesperada): Mas, ó mãe… Tu nem imaginas o que me foi acontecer! Ai, que tenho tantas dores… Tantas dores…
Mãe (impaciente): Oh pá, vai lá dormir! Ou preferes que eu te ponha de castigo?! Hum?!
Menina (assustada): Ó mãe, ajuda-me! Olha-me para este sangue todo…!
Mãe (alarmada): Sangue?! Sangue!? Onde? Ai, meu Deus! Ai, meu Deus! Eu nem quero acreditar, filha! Eu nem quero acreditar!
Menina (bastante assustada): Nem eu mãe! Vamos, mãe. Vamos para o hospital! Rápido, que tenho tantas dores! Rápido…
Mãe (alegre): Oh… filha, não é preciso ir ao hospital! A minha filhota é uma mulher! Finalmente, chegou a hora de te tornares uma mulher! Dá cá um abraço, filhota. A partir de agora, és uma mulher!
Menina (estupefacta): Hum?! Mãe… eu ainda sou uma menina de 10 anos… Vamos para o hospital, olha para este buraco que tenho aqui… Olha a quantidade de sangue que eu perdi por este buraco, mãe… Isto dói imenso, mãe! AI! UI! AI! UI!
Mãe (ironizando): Ó filha… mas é claro que o sangue tem de sair pelo teu buraquinho, filha… Tu agora é uma mulher… Deixa-me cá chamar o teu pai, para ver isto… Ele não vai ficar feliz, não… Afinal, a menina dele deixa de ser menina, para se tornar numa mulher… Ó John! Anda cá ver isto! A tua filha é uma mulher!
Eis que chega o pai…
Pai (assustado): O que foi?! A minha filha deixou de ser uma menina?! Que conversa é essa, pá… EISH! O QUE É ISTO?! TANTO SANGUE!
Mãe (rejubilando): A tua filha! A tua filha teve a sua primeira menstruação!
Pai (em pânico): Ó MINHA GRANDE ESTÚPIDA! A TUA FILHA FOI BALEADA, MINHA BESTA! VAMOS JÁ PARA O HOSPITAL! VAMOS! VOU PÔR O CARRO A TRABALHAR! VAMOS EMBORA, JÁ!
Mãe (desmaiando): Ai… ai… ai… ai…
O pai pega na filha, e desloca-te rapidamente para o hospital…
Menina (aliviada): Ai, paizinho… Porque é que foste casar com uma doida?!
Pai (resignado): Porque foi a única da cidade a querer passar o resto dos seus dias ao meu lado, filha… Vá, vamos embora para o hospital. Vais ficar boa, filha… Esse sacana do Michael Jackson nunca mais te vai balear, prometo!
Menina (resignada): Oh… dear…
RIC