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Estapafúrdios do Quotidiano

Filho de Kapinha vale €50.00

Avatar do autor estapafurdiosdoquotidiano, 29.04.14

Tu, tu, turu... ruu... ruuu...

Tu, tu, turu... ruu... ruuu...

Tu, tu, turu... turu... turu... turu...

Tu, tu, turuuuu..

 

Sejam bem vindos ao mais recente e fantástico programa da TV: "Adivinhe o nome do Mimikas! E eu assumo que sou maricas! Ou então dou-lhe €50..." - título by Kapinha, atenção! Não se ponham já aí com bocas foleiras!

 

É verdade, Jorge Kapinha foi pai. Como é que tal coisa aconteceu? Ninguém sabe... Há quem diga que foi por fertilização In Vitro, outros dizem que foi através de fertilização In Plástico e, outros ainda, juram a pés juntos que foi graças a um Vudu envolvendo o sacrifício de uma cabra. (Parece que desde que o tipo esteve lá na tribo nunca mais foi o mesmo.) O que é certo é que o Mimikas está aí, vivinho da silva, e com muito para dar aos seus papás. Já o mesmo não se pode dizer sobre os pais dele, visto que, para além de ainda não lhe terem dado um nome como deve ser, estão a fazer apostas sobre qual será o nome... O Estapafúrdios do Quotidiano decidiu ir falar com o Kapinha para tentar saber, afinal de contas, qual é o raio do nome do puto.

 

GIL: Ora viva! Então, ó Kapinha... Como é que isso vai?

Kapinha: És a Rainha da Noite... Serás... Assim...

 

GIL: Ei, ei... Então? Vamos lá a ver as confianças! Eu não te conheço, para andares por aí a chamar-me Rainha da Noite, olha agora...

 

Kapinha: Ai, desculpa... Estava entretido a cantar... Queres um autógrafo, é?

GIL: Qual autografo, qual carapuças, pá... Eu vim aqui só para saber qual é que vai ser o nome do... do... do Mimikas!

 

Kapinha: Uiii... Pensas que é assim, não? Se queres saber tens de adivinhar! Até te digo mais. Se descobrires dou-te cinquenta euros. Isso ou um beijo nesses lábios carnudos.

 

GIL: Ei...Ei... Menos... Sai para lá tribufu!

 

Kapinha: Erraste! Não é Tribufu.

 

GIL: Mas errei o quê, pá! Eu não estava a adivinhar... 


Kapinha: Então vá... Tenta... Tens 3 tentativas.

 

GIL: Hum... Gustavo?

 

Kapinha: Ai gostava, gostava... Gostava de te apanhar a sós... Ui, se gostava... Mas não é esse. Tenta outra vez.

 

GIL: Mau... Outra vez essa conversa? Pronto, já sei. Deves ter escolhido um daqueles nomes que agora estão na moda: Bernardo, será?

 

Kapinha: Aii Bernardo... Por acaso conheci uma vez um Bernardo... Uiii! Mas não, falhas-te! Tenta de novo.

 

GIL: Hum... Será que é um nome, dito, "normal". João?!

 

Kapinha: Quase, fofo... Quase... Começa por J. Mas não é esse... Como tu és um queriducho dou-te mais uma oportunidade...

 

GIL: Então já sei! José. É isso, não é?

 

Kapinha: Isso mesmo! Vês, como és esperto! Vai-se chamar José, em honra do Padrasto dele... Ai, tonto, quero dizer: do Padrinho dele. O José Castelo Branco.

 

GIL: Uiiii... Eu sabia que esse devia andar por aí ao barulho... Tu e ele ficaram muito amigos lá na Tribo, não foi?

 

Kapinha: Não parvo... Não foi lá. Nós nem estávamos na mesma tribo. Foi depois... Conhecemo-nos num grupo de "Tribólicos Anónimos", onde partilhávamos histórias sobre as terríveis provas que tivemos de ultrapassar. Foi um horror! A minha sorte foi que ele apoiou-me imenso... E pronto, ficamos logo amigos do peito...

 

GIL: Pois, imagino... Devem é ter ficado amigos de outra parte do corpo, mas ok. Então pronto, adivinhei o nome do puto. Passa para cá os €50!

 

Kapinha: Na, nani, na, não! Isso era se tivesses adivinhado em 3 tentativas. Como precisas-te de 4 só tens direito a uma bejufa nessa boca... Ora chega lá aqui...

 

GIL: Chego, chego... Então não chego... "Ó abre"! Pobre Mimikas José, que belo Pai que te foi calhar...

GIL

 

 

Zé Pipas, foi à canonização dos Papas...

Avatar do autor estapafurdiosdoquotidiano, 28.04.14

Olá, meus caros compinchas do além! Sim, leram bem: eu escrevi «compinchas do além!» E sabem porquê, meus caros compinchas? Porque, obviamente, a única explicação para que alguém leia as baboseiras que se escrevem por aqui, é porque esse alguém só pode estar bem mortinho da silva. Porque, se estivessem bem vivinhos da silva, nunca perderiam minutos preciosos da vossa vida a ler os nossos estapafúrdios. E, naturalmente, quem está no além deve possuir tempo de sobra para ler… Até porque não se deve ter muito para fazer lá pelo além e deve ser uma seca do camandro – a menos que sejam bombistas suicidas e que estejam rodeados de virgens por todo o lado…


Como é sabido até pelo mais ateu dos ateus, este domingo que passou foi um dia muito especial lá para os lados do Vaticano. Os Papas João Paulo II e João XXIII foram canonizados. O Estapafúrdios do Quotidiano não esteve presente na canonização (talvez por contenção de custos, que a vida está difícil para todos…), mas encontrou uma pessoa muito especial, que tem uma história incrível para nos contar. Zé Pipas foi até ao Vaticano, para participar na canonização, mas parece que as coisas não correram pelo melhor…


Vamos lá ver qual é a sua história…

 

RIC: Grande Zé Pipas! Como é que é?!

 

: Então… diz que é!

 

RIC: É… o quê?

 

: Então, men, diz que é o que é! Porque só podia ser o que é, senão, qual seria o objectivo de não o ser? Portanto, é o que é… e o resto é conversa…

 

RIC: Ah, sendo assim, parece que é…?

 

: Ya, é isso mesmo! Mas, não parece que é! É que é mesmo! Brutal, não é?

 

RIC: Hã?! Eh pá, desculpa lá, mas já estou a ficar um pouco baralhado. Pois que o melhor é avançarmos para o que interessa: que é a história que o grande Zé Pipas tem para nos contar, sobre o Vaticano. Sobre a canonização dos Papas.

 

: Ah, sobre isso?! Ya, curti bué a cena… Foi mesmo brutal! Diria até que ultrapassou o brutal e aproximou-se claramente do tótil!

 

RIC: Ah… Ok… Bom, então o Zé Pipas foi assistir à canonização dos Papas? Como é que isso correu?

 

: Eh pá, sinceramente, não correu bem como eu queria. Mas sempre valeu pela viagem, né?! Porque viajar é mesmo curtido…

 

RIC: Ah, então gostou da viagem de avião até ao Vaticano?

 

: De avião? Nã, eu não fui de avião, men!

 

RIC: Ai, não? Então? Foi como…? De carro?

 

: Népia, men! Eu fui de bicicleta!

 

RIC: Ah, g´anda maluco! Isso é que é aventura, hein?! Então e a canonização? Curtiste a cena?

 

: Népia, men! Não curti mesmo nada… Fui enganado, é o que é! Fiz eu milhares de quilómetros de bicicleta durante 13 dias, carregado com a minha canoa, para depois chegar lá, ao Vaticano, e não existir uma prova de canoagem! Nunca na minha vida fui tão enganado, men! Não foi mesmo nada fixe… Mesmo nada…

 

RIC: Uma prova de canoagem?!?!

 

: Então, qual é a tua, men?! ´Tás-te a fazer de esquisito, é?! Assim que eu soube que iria existir uma canonização no Vaticano, fiz-me logo à estrada. Era o chamado 2 em 1; se por um lado teria a oportunidade de viajar, por outro poderia praticar canoagem em pleno Vaticano! Era brutal, men! Once in a life time, my bro!

 

RIC: Mas… Mas… Tu sabes ao menos o que é uma «canonização», pá?!

 

: Ya, claro, bro! É uma prova de canoagem! E esta, em pleno Vaticano, era uma prova do caraças!

 

RIC: UMA PROVA DE CANOAGEM EM PLENA PRAÇA DE SÃO PEDRO?! MAS TU ÉS DOIDO, OU QUÊ? COMO É QUE SE IRIA REALIZAR UMA PROVA DE CANOAGEM QUE, POR RAZÕES ÓBVIAS, NECESSITA DE MUITA ÁGUA, EM PLENA PRAÇA DE SÃO PEDRO?! TU NÃO BATES BEM DA CAROLA, PÁ!

 

: Pfff… Não estou a ver qual seria o problema, bro… Diz-me cá uma coisinha: costuma nevar na Amadora?

 

RIC: Normalmente, não…

 

: Então e por que é que existe lá uma pista de Ski?! Hã?! Se pode existir uma pista de Ski na Amadora, por que raio não poderia existir um rio no meio da Praça de São Pedro, para a malta praticar canoagem?! Hã? O quê? Não estou a ouvir, men? Hum? O que foi bro, ficaste sem fala? O gato comeu-te a língua, foi…? Ah, pois é… São cenas brutais, que até te deixam sem fala, né…?

 

RIC: Hã? O quê? Hum…? Ah, desculpa… Parece que, derivado da tua brutal estupidez, acabei por ter uma quebra de tensão, e desmaiei… e não ouvi nada do que dissesse...

 

 

RIC

 

Viva o 25 de Abril, mas não para Bernardino Carrapeto…

Avatar do autor estapafurdiosdoquotidiano, 25.04.14

“VIVA O 25 DE ABRIL! VIVA A REVOLUÇÃO DOS CRAVOS! VIVA OS CHAIMITES! VIVA OS OBREIROS DA REVOLUÇÃO CONTRA A DITADURA DO ESTADO NOVO! VIVA O “MOVIMENTO DAS FORÇAS ARMADAS”! VIVAAAAAA! URRRA! URRRA!”

 

Ora então cá estamos para mais um estapafúrdio. O quê, pensavam que só por ser feriado de 25 de Abril, não haveria estapafúrdio? Ah! Ah! Isso queriam vocês, verem-se livres de 3 minutos de leitura estapafúrdia! Era o que mais faltava! Não queriam mais nada, não! Vá, agora pouco barulho e tomai atenção ao estapafúrdio que se segue. 

 

A revolução de 25 de Abril foi, para muita gente, o sinónimo de liberdade. O facto de o povo se ver livre da ditadura do Estado Novo – na altura, nas mãos de Marcelo Caetano –, foi o pináculo da existência. A independência daí adquirida, foi o equivalente a se poder voar, mas sem ter asas. Portanto, diz que foi bom… (Visto bem as coisas, “o equivalente a se poder voar, mas sem ter asas” é exactamente a mesma situação por que passa um toxicodependente, quando está pertíssimo de uma overdose…) 

 

Mas existe uma pessoa que não está de acordo com a revolução de 25 de Abril. Chama-se Bernardino Carrapeto, e diz que tem uma história do camandro para nos contar… 

 

RIC: Ora viva, caro Bernardino. Então, diga-me, senhor Bernardino Carrapeto: que história é que o senhor tem para nos contar…? 

 

Bernardino: Olá. Sim, tenho uma história bastante triste. Ou melhor, diria até que se trata de uma história bastante trágica. Mas, atenção, que trata-se de uma história verídica. O que vou aqui contar, não se trata de ficção. É a mais pura das verdades! 

 

RIC: Ah… Pronto, pronto… Então, por favor, conte-nos a história para ficarmos a conhecê-la… 

 

Bernardino: Então…? Está com pressa para ir a algum lado? Se está, então pode ir à sua vidinha, sim?! Que eu cá não funciono sobre pressão. Eu não sou adepto das pressas… Nunca ouviu dizer que a pressa, por vezes, dá em vagar? Se não ouviu, olhe passou a ouvir agora. Era o que mais faltava agora surgir um pelintra qualquer a pressionar-me, para que eu conte a história que mudou a minha vida! 

 

RIC: EH PÁ, CONTE LÁ O RAIO DA HISTÓRIA ANTES QUE EU PEGUE AQUI NESTE CRAVO, E O ENFIE NO SEU REAL ESFÍNCTER! E OLHE QUE ISTO É CAPAZ DE ARRANHAR UM POUCO! 

 

Bernardino: Pronto, pronto…  Tenha lá calma, ó fáchavôr! Eu passo já a contar a história… Até porque eu odeio cravos! E ser violado por um cravo, é a pior coisa que me poderia acontecer… 

 

RIC: Então, meu caro amigo, é melhor despachar-se… porque este cravo que eu tenho em minha posse, é um gajo mau para caraças, e está desejoso por invadir-lhe o esfíncter… 

 

Bernardino: Bom, a verdade é que eu fiquei órfão por causa do 25 de Abril. 

 

RIC: Ah, os seus pais morrerem no dia da revolução? 

 

Bernardino: Sim, quer dizer…. mais ou menos. O meu pai já tinha morrido antes do 25 de Abril. Foi atropelado pela “Viúva Negra”, quando atravessava a estrada para ir buscar a bola que eu tinha chutado… Estávamos a jogar à bola, e eu sempre tive dois pés esquerdos no que toca ao futebol… E prontos, a coisa deu-se… Enfim, é a vida… Agora a minha mãe é que faleceu no dia da revolução de 25 Abril…  

 

RIC: Ai, sim? E então, como foi que a sua mãe faleceu? 

 

Bernardino: A minha mãe… Desculpe… Deixe-me só… respirar um pouco… Isto é sempre difícil para mim… Bom, eu e a minha mãe tivemos a infelicidade de estar no local errado, à hora errada. Estávamos a passear na Ribeira da Naus, quando se deu o 25 de Abril. 

 

RIC: Na Ribeira das Naus?! Na zona do Terreiro do Paço onde o Salgueiro Maia enfrentou o brigadeiro que surgiu na Ribeira das Naus com cinco carros de combate M/7 de Cavalaria 7, seguidos de atiradores do Regimento de Infantaria 1, da Amadora, e soldados da Polícia Militar de Lanceiros 2? 

 

Bernardino: Eh lá, você percebe bastante do assunto, hem?! Também estava lá, quando isso aconteceu? 

 

RIC: Nã, claro que não… Vi no Wikipédia… Bom, mas adiante, o que aconteceu para a sua mãe ter falecido nesse dia? Não me diga que foi um ataque de coração derivado do susto de ter presenciado toda aquela situação? 

 

Bernardino: Nã, que estupidez. A minha mãe era uma pessoa forte, fazia bastante ginástica e nunca iria falecer de um ataque de coração. Ela tinha um coração de ferro! Era dura de roer! 

 

RIC: Então…? 

 

Bernardino: Ela morreu… Espere, deixe-me só respirar que isto é bastante doloroso para mim, recordar aquela morte trágica… Bom, ela morreu atropelada por um chaimite… 

 

RIC: Eish! Atropelaram a sua mãe com um chaimite?! Porra, como é que isso foi acontecer?! 

 

Bernardino: Bom, eu tinha uma bola… E a bola a modos que… prontos, foi parar à frente do chaimite… Diz que eu desatei a chorar porque o chaimite ia esmagar-me a bola… A minha mãe encheu-se de coragem e enquanto o Salgueiro Maia e o Brigadeiro estavam ali no vai não vai, dispara não dispara um com o outro, ela correu em direcção da bola… e… aconteceu… Foi atropelada por um chaimite, porque o seu condutor adormeceu ao volante… Bom, mas passado é passado. O que acha de uma partidinha de futebol? Eu tenho aqui a bola desse dia, e podíamos ir para a Ribeira das Naus recriar todo este episódio…? Hum? Alinha? 

 

RIC: PORRRRRRRRAAAA! Esqueça lá isso que, com a sua habilidade para o futebol, ainda acabo morto atropelado por um skater… 

 

 

RIC

 

 

 

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