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Estapafúrdios do Quotidiano

Olhóóóóóó… Burlãooooo!

Avatar do autor estapafurdiosdoquotidiano, 30.12.12

 

(Atenção! Notícia de última hora: "Este texto é grandinho... É recomendado, fazer uma pausa a meio do texto, inspirar, expirar, e regressar à leitura..."

 

Bom, o nosso país é, aos olhos da Europa e, claro, do mundo inteiro, um país pequeno, com pouca capacidade económica para se bater com a maioria dos países da Europa. Mas, existe algo que nos distingue da maioria dos países europeus. «O Turismo! Claro! Só pode ser…» - Será o pronto pensamento do leitor («Denominação de Leitor: Pessoa que acha por bem, perder imensos minutos da sua vida a ler os textos do Estapafúrdios do Quotidiano. O que, de facto, é uma enorme perda de tempo. E, só por isso, caro leitor, quero enviar-lhe um enorme abraço de solidariedade. Eu sei que, por vezes, será bastante doloroso perder tempo com leituras deste tipo. Digo isto, porque é o que me acontece quando releio os meus textos. Demasiado doloroso. E, lamento, igualmente, este parênteses longo e completamente - desnecessário. É por demais doloroso… Perdoe-me...»). Nada disso! Somos um povo extremamente solidário. Basta, para isso, observar, como o Português adere a campanhas de solidariedade. O problema é não possuir lá grande imaginação, quando tem de escolher o que comprar, nos Hipermercados, quando nos dão um saquinho à porta, para ajudar o Banco Alimentar. Resulta sempre bem, um quilo de massa, um pacote de bolachas Maria (Consideradas, por algumas pessoas, as melhores bolachas do mundo! Confere!) ou então um pacote de leite. Bom, não interessa! Somos solidários! E, nesse aspecto, eu tenho muito orgulho do meu país! Então, não é apenas no Turismo e, no facto, de sermos um povo solidário, que nos distingue dos outros povos da Europa e, quiçá - do mundo! Somos extraordinariamente, bons: a formar Burlões!

 

Se o caro leitor fizer uma pequena pesquisa pela internet, verá que, existiu ao longo dos anos, uma considerável legião de burlões formados em Portugal. Burlões, de todo o tipo. Burlões com diferentes estilos de actuar, mas sempre com o meu propósito: Burlar! «Uma vez, burlão, para sempre - burlão.» - Como prova desta afirmação, proponho ao leitor, abrir o seu Browser preferido, usar o seu motor de busca habitual, e digitar o seguinte nome: João Vale e Azevedo. O advogado mais burlão de que há memória. E, como já não conseguia praticar o seu hobby preferido em Portugal, partiu para Londres, prolongando assim, o seu «dom» burlesco. Mas há mais… Ai não, que não há… Conhecei - o caro leitor - o mais recente burlão português, de seu nome: Artur Baptista da Silva? E que tipo de burla é que ele é perito? Então, Artur Baptista da Silva deu várias entrevistas à comunicação social, apresentando-se como coordenador de um suposto Observatório Económico e Social criado no âmbito do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), informação que se veio a revelar falsa. Portanto, mais um vigarista! Um Mestre, na arte de burlar, não apenas o comum humano, como várias identidades de comunicação social. Dar entrevistas, e ninguém se aperceber que este senhor já esteve preso por atropelar duas pessoas numa passadeira e, que não era quem dizia ser, leva-me a interrogar a capacidade profissional das pessoas que gerem os meios da comunicação social, onde deu várias entrevistas. 

 

 

Como sempre, os Estapafúrdios do Quotidiano, enviaram um investigador, para fazer o quê? Isso mesmo… investigar as origens deste senhor. E descobrimos algo… fantástico. Imagine o caro leitor, quem é que foi colega de escola deste indivíduo? Hum? Não chega lá? Então eu ajudo. Só porque sou uma pessoa… vá… porreira. Nos idos tempos de escola, este senhor foi colega de turma de: João Vale e Azevedo! E, neste momento, está o leitor a exclamar bem alto: «EISH! PORRA! NÃO PODE SER! NÃO POSSO! NÃO ACREDITO! ESTÁ TUDO EXPLICADO!» Ou então, estará a pensar: «ESTE GAJO É DOIDO! ISTO NÃO FAZ SENTIDO NENHUM…» Qualquer dos dois pensamentos, eu considero adequado. Mas, peço-lhe, siga pelo primeiro pensamento. É mais giro, e permite que eu continue, de seguida, com um pequeno diálogo entre uma professora destes dois burlões, e o nosso investigador. E, neste momento dispara o leitor: «Porra! O texto já vai longo, e este "gajo" ainda vai escrever um diálogo entre uma professora e o investigador do Estapafúrdios do Quotidiano. Raio que o parta…» Não seja assim, caro leitor…

 

Investigador: «Boa tarde, dona Natércia. Como vai isso?»

 

Professora Natércia: «Vai indo… Ou melhor, vai mal! A idade não perdoa e já não me permite grandes aventuras…»

 

Investigador: «Sendo assim, prometo que serei bastante breve, até, porque, os nossos leitores são um pouco preguiçosos, no que toca a ler… Diga-me, a dona Natércia foi professora de João Vale e Azevedo e Artur Baptista da Silva? Como eram eles naquele tempo? Davam-se bem, os dois?»

 

Professora Natércia: «Oh meu Deus! Do que você me foi lembrar, homem. Eles fizeram-me a vida negra! Já em petizes, demonstravam uma arte em burlar, acima da média! Eu até afirmava, em conversas com as minhas colegas professoras, que eles teriam perfil para um dia serem políticos e, quiçá, até Ministros. Ou Presidentes da República! É tudo da mesma laia!»

 

Investigador: «Ai sim? E mais? Que tipo de burlas é que eles faziam na escola?»

 

Professora Natércia: «Olhe, o meu amigo tem que idade? É bem jeitoso, sabia? Eu tenho uma neta que embirra em não assentar. Não quer ir beber um cafézinho com ela, um dia destes? Hum?»

 

Investigador: «Ah… Sim, pode ser. Adiante… Que tipo de burlas é que eles praticavam na escola?»

 

Professora Natércia: «Olhe… homem jeitoso. Eles conseguiam enganar os colegas, ficando-lhes com o leite de chocolate e o pão com chouriço do lanche. Afirmavam, que, se os colegas lhe dessem o lanche, eles conseguiam assim, negociar com o Pai Natal, para que no Natal, os colegas conseguissem ter todas as prendas que pretendiam. A verdade, é que os sacanas dos pirralhos, conseguiam sempre arranjar maneira de o Pai Natal dar o que os colegas queriam no Natal.»

 

Investigador: «E o que é que os pirralhos pediam no Natal?»

 

Professora Natércia: «Férias de Natal. E, não é que as tinham sempre? Até metia impressão, a capacidade daqueles dois em burlar! Eram verdadeiros profissionais! Sempre disse que aqueles dois, iam longe… Uma vez, conseguiram enganar-me, vendendo-me umas peças de vestuário para eu usar no futuro. Dei-lhes apenas 1000 escudos, e eles prometeram arranjar-me umas saias exclusivas de um estilista estrangeiro.»

 

Investigador: «E… como ficou essa história? Sempre teve as saias?»

 

Professora Natércia: «Claro que não. Eles disseram que devido a problemas logísticos, as saias ficaram presas na alfândega. Mas que iam tratar do assunto, para eu não preocupar.»

 

Investigador: «E trataram do assunto?»

 

Professora Natércia: «Não sei. Entretanto, meteu-se as férias de Natal e nunca mais os vi… Olhe, quer o número da minha neta? Ela pesa cerca de 150 quilos, mas garanto-lhe que é uma excelente dona de casa!»

 

Investigador: «Hum… Deixe lá estar isso…»                            RIC