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Estapafúrdios do Quotidiano

O primeiro Jihad português…

Avatar do autor estapafurdiosdoquotidiano, 19.09.14

Olá, minhas coisinhas lindinhas que brilham no escuro tal e qual um grilo pintado com tinta fluorescente. Hoje – e para finalizar mais uma semana de estapafúrdios –, trago-vos um estapafúrdio que é uma espécie de revelação. Ou melhor: um género de descoberta. Ou então, com toda a certeza, é apenas mais uma bela de uma parvoíce. Mas eu sei que é por isso mesmo que são assíduos leitores do Estapafúrdios do Quotidiano – por este blog conter uma panóplia tal de parvoíce, que vos puxa até cá como uma peça de metal em direcção a um íman. 

 

Sabem que mais? Sabem que descoberta fantástica estou a referir-me? (Claro que sabem, basta olhar com atenção para o título para adivinharem…) Isso mesmo: o Estapafúrdios do Quotidiano conseguiu descobrir o primeiro Jihad português de sempre! Chama-se Zé Tó, mora em Trás-os-Montes, e aceitou falar connosco para nos contar a sua aventura no Jihadismo. 

 

 

RIC: Boa tarde, meu caro amigo… Então e que tal vai essa vidinha…? 

 

Zé Tó: Amigo? Mas eu conheço-te de algum lado?! Vê lá se te achantras, antes que a tua vida deixe de fazer qualquer tipo de sentido… 

 

RIC: Como assim "deixar de fazer qualquer tipo de sentido" ?

 

Zé Tó: Pá, ires desta para melhor! 

 

RIC: Como assim "ires desta para melhor"? 

 

Zé Tó: Pá, tipo faleceres! 

 

RIC: Como assim "tipo fale…" Ah, percebi! Vá, deixe-se lá dessas maluquices. Amigo, soube que foi o primeiro português a alistar-se na Jihad. É verídico, isso? 

 

Zé Tó: Mau, continuamos a insistir no "amigo", é? 

 

RIC: Hum… Vá, parece que começámos com o pé esquerdo. Vamos começar de novo. Olá, eu sou o RIC. Sou um dos autores do Estapafúrdios do Quotidiano. Será que é possível o sr. Zé Tó contar-me como foi que se tornou um guerrilheiro da Jihad, assim como quais foram os motivos para tal decisão? 

 

Zé Tó: Primeiro que tudo, o meu nome não é Zé Tó. Quer dizer, eu já me chamei Zé Tó, mas agora sou o Abdu Zincar Ali Modir Zaca Bum Macar Já Foste.  

 

RIC: Posso tratá-lo apenas por Zé Tó? 

 

Zé Tó: Claro que sim. 

 

RIC: Ok. Pois muito bem, sr. Abdu, conte-me lá quais foram as razões que o levaram a listar-se na Jihad? 

 

Zé Tó: É Zé Tó! 

 

RIC: Com certeza que é, sr. Abdu. Prossiga, por favor… 

 

Zé Tó: Pff… Pois muito bem. Então, eu fui para a Jihad, porque sou o melhor da minha aldeia a cortar o pescoço às galinhas. 

 

RIC: HÃ?! 

 

Zé Tó: Sim! Isso, mesmo. Fique sabendo que eu já entrei em vários certames de cortar o pescoço às galinhas organizado pelo presidente da junta, e ganhei sempre o prémio de primeiro lugar. 

 

RIC: Ah, e quantos participantes existiam? 

 

Zé Tó: Dois. Eu e uma galinha. É óbvio quem saiu sempre vencedor, não é verdade? Eh Eh! 

 

RIC: Isso é um pouco macabro, não acha…? 

 

Zé Tó: Também achei na altura. Cheguei a propor ao sôr presidente da junta que, em vez de uma galinha, se juntasse também um galo. Porque assim tornava-se fácil demais para mim. 

 

RIC: Um galo? Porquê um galo? 

 

Zé Tó: Porque dão mais luta que as galinhas. Mas aqui o Zé Tó é perito no esquema e cortava o pescoço ao sacana do galo num instantinho… 

 

RIC: Ah… tá giro. Olhe, sr. Abdu, e o que é que isso tem a ver com o facto de você ir combater para o Estado Islâmico? 

 

Zé Tó: Combater? Eu? Essa ´tá boa! Eu ia lá agora combater… 

 

RIC: Então? Ia para a Jihad fazer o quê? 

 

Zé Tó: Dar formação. 

 

RIC: OI?! Dar formação em quê?! 

 

Zé Tó: A cortar pescoços a galinhas e, mais propriamente, a galos. 

 

RIC: A galos, sr. Zé Tó?

 

Zé Tó: É sr. Abdul, se faz favor. Sim, parece que eles lá têm uma praga de galos americanos e precisavam de alguém perito em cortar pescoços aos bichos. E eu lá fui ensiná-los como se deve fazer bem o serviço, sem sujar a roupa. 

 

RIC: GALOS AMERICANOS, SR. ADBUL??!!

 

Zé Tó: Sim, homem. Galos americanos. Eles lá sabem. Eu não me meto na vida das pessoas, ´tá a perceber? Eu fiz o que tinha fazer, que era dar a formação, e depois vim-me embora para Portugal, com a consciência de dever cumprido. E com os bolsos bem cheios… 

 

RIC: Cheios, sr. Abdul? Pagaram-lhe em dinheiro ou em cheque? 

 

Zé Tó: Dinheiro ou cheque? Nada disso… Os bolsos vinham era cheios de pescoços de galos. Belas canjas deram os pescoços daqueles galos americanos… Olhe, por acaso, tenho uma ao lume. Quer ficar para jantar? 

 

RIC: LIVRA-TE!!!!! 

 

 

 

RIC