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Estapafúrdios do Quotidiano

Bloco de Actividades da Porto Editora - toda a verdade!

Avatar do autor estapafurdiosdoquotidiano, 29.08.17

Muito se tem falado. Muito se tem argumentado. Muito se tem acusado sobre os já famosos Blocos de Exercícios da Porto Editora. Aliás, mais propriamente, sobre dois exercícios em particular desses mesmos blocos, visto que agora — e depois de Ricardo Araújo Pereira se ter debruçado e desmistificado o mistério dos exercícios — já se chegou à conclusão que são apenas aqueles dois exercícios que estão a causar celeuma, porque o resto está tudo bem. O Estapafúrdios do Quotidiano decidiu que estava finalmente na altura de intervir (mais porque o GIL tentou decifrar o labirinto do exercício para as meninas e não conseguiu...). Fomos ao encontro de uma das autoras dos exercícios — que nos pediu anonimato, estupidamente, porque o nome vem mencionado na ficha técnica dos respectivos Blocos de Exercícios, mas tudo bem, tudo bem... — que nos explicou mais detalhadamente no que consistem os dois exercícios em causa...


RIC: Olá.

 

Autora: Olá ser inteligente que habita neste planeta. Eu, como ser mais fraco e mentalmente inferior, vergo-me a si. O que precisa que faça para que seja mais feliz?

 

RIC: Hã? Mas será que morri e fui parar ao paraíso? A menina está a falar a sério, ou está apenas a gozar? É que eu sempre sonhei chegar ao paraíso e, sem ter feito explodir nada nem ninguém, ter uma data de virgens que me achem superior e que façam tudo o que queira...

 

Autora: Então é melhor ir comprar uns quantos quilos de TNT e fazer-se explodir, está bom? Passar bem.

 

RIC: Eu logo vi que era treta... Era bom demais para ser verdade. Bom, mas tenha lá calma menina. Vamos só falar um pouco sobre os...

 

Autora: ...Blocos de Actividades para meninos e meninas dos 4 aos 6 anos?

 

RIC: Eh lá! A menina tem poderes sobrenaturais?

 

Autora: Não. Estou é farta de aturar gente parva, inculta, leiga, que não percebe nada de educação e que não param de me chatear a cabeça.

 

RIC: (Ena, ela parecer conhecer bem o GIL...) Calma, menina. Eu não pertenço à Comissão de Cidadania e Igualdade de Género, e queria apenas esclarecer de uma vez por todas o que quiseram as autoras demonstrar ao criar aquele tipo de exercícios.

 

Autora: Se as pessoas parassem um pouco para pensar antes de falar, já tinham chegado à conclusão que nós só quisemos assegurar o futuro das crianças com aqueles exercícios.

 

RIC: Oi? Agora fiquei baralhado.

 

Autora: Normal, é homem. Bom, mas eu explico. Por exemplo, no exercício do labirinto para os meninos é pedido para “ajudar o Bruno a encontrar o seu barco de piratas”. Por sua vez, no das meninas pede para “ajudar a Francisca a encontrar a sua coroa de princesa”. Logo, o labirinto dos meninos tem de ser mais complicado do que o das meninas.

 

RIC: Por ser um barco de piratas?

 

Autora: Bravo! Muito inteligente o senhor. Que ser impressionante você é! Acho que estou apaixonada por si! De tal forma que estou predisposta a fazer já amor consigo aqui, neste preciso momento!

 

RIC: Está novamente no gozo, não está?

 

Autora: Óbvio...

 

RIC: Lá se foi outro sonho meu... Mas explique lá essa teoria do barco dos piratas?

 

Autora: Lá terá de ser que já vi que não vai lá chegar sozinho. Bom, é certo e sabido que os jovens adolescentes tendem em enveredar por caminhos mais obscuros se não tiverem um acompanhamento mais eficaz e protector por parte de quem tem de o facultar. O barco de piratas é o exemplo perfeito para demonstrar que, no futuro, esse não é o caminho que eles têm de seguir. Não têm de ser uns autênticos piratas, batendo e roubando os outros para depois irem parar à prisão e ser a desilusão da sociedade. Com o labirinto mais difícil, os miúdos acabam por entender que esse é o caminho mais difícil — logo não se tornam em seres desprezíveis.

 

RIC: Ah, então isso quer dizer que o caminho mais fácil seria serem umas princesas em busca da sua coroa?

 

Autora: Bom, sim.

 

RIC: Isso não é boa ideia...

 

Autora: Então porquê?!

 

RIC: Basta olhar para os exemplos que temos: Carlos Costa e José Castelo Branco para arruinar toda essa teoria minha amiga...

 

Autora: Ah, raios.

 

RIC: Pois... Então ainda me acha um ser inteligente, capaz de a deixar apaixonada e predisposta a fazer já amor comigo? Fazíamos de conta que eu era a sua princesa e que ia encontrar a sua coroa!

 

Autora: Isso foi estranho agora...

 

RIC: Hum... pois foi. Bom, vou ali encontrar o barco de piratas do Bruno e já venho...

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RIC