E TUDO A LESLIE LEVOU... – A verdadeira história de terror sobre a tempestade Leslie.
estapafurdiosdoquotidiano, 16.10.18
"Portugal prepara-se para receber a maior tempestade desde 1982!", avisaram os noticiários. A população assustou-se, preparou-se com afinco pensando que iria sofrer horrores com a tempestade Leslie, mas acabou por ser enganada. Segundo consta, a Leslie chegou a Portugal e amedrontou-se, acabando por passar apenas ao largo deste país piqueno, mas com uma história capaz de transformar a Rússia numa pequena ilha plantada à beira-mar. O que é perfeitamente compreensível. Pois, se eu fosse uma tempestade apostada em dizimar um piqueno país, e chegasse a esse mesmo país e me deparasse com um Bruno de Carvalho, uma Maria Leal, um Sócrates e um José Castelo Branco, também iria passar ao largo. Mesmo assim, o Estapafúrdios do Quotidiano decidiu entrevistar uma senhora da Figueira da Foz – local onde a Leslie se fez sentir mais –, para saber como foi a passagem da Leslie pela sua casa. Ora vejamos...
RIC: Boa tarde, minha senhora. Como está, depois da passagem da Leslie?
Senhora: Boa tarde, o tanas! Estou piursa!
RIC: Calma, a Leslie fez assim tantos estragos na sua habitação? Consta que ela até passou ao largo de Portugal...
Senhora: Olhe, menino, nem me fale dessa senhora. Essa destruidora de lares! Essa vagabunda!
RIC: Uau! Foi assim tão mau...? A sua casa ficou assim tão destruída? Umas telhas pelo ar, umas janelas partidas, não?
Senhora: Não! Nada disso. A casa está intacta, até porque eu e o mê Zé preparámo-nos para a chegada dessa vagabunda. Até as janelas barricámos com tábuas, mas mesmo assim essa meretriz, que não tem outro nome que lhe chame, foi capaz de fazer das suas!
RIC: Não estou a perceber... Pode explicar um pouco melhor em que medida a Leslie lhe estragou a vida?
Senhora: Olhe, jovem, eu e o mê Zé tratámos de barricar a casa contra essa vaca, que não tem outro nome que lhe chame. Já que tínhamos de ficar fechados em casa os dois até essa pelintra passar, eu tive uma ideia. Há já algum tempo que o mê Zé não me limpava a lareira, e então estava na hora de o fazer antes que eu ficasse com teias de aranha...
RIC: Ah, decidiram fazer umas limpezas caseiras?
Senhora: Não! Decidimos fazer sexo!
RIC: Ah! Perdoe-me a minha ignorância...
Senhora: Bom, continuando. Eu achei que devia ser uma coisa especial. Então, inspirei-me no filme 50 Sombras de Grey. Peguei no mê Zé, e levei-o para a cama. Pedi-lhe para me atar as mãos à cabeceira da cama, e depois para me dar uns açoites com o chicote...
RIC: Ah, sua malandra! Com o chicote dele... Eh, eh.
Senhora: Não. Com o meu...
RIC: Ah, ups...
Senhora: Estava tudo a correr muito bem, até que me lembrei que faltava a minha venda. Aquela que uso para dormir. E então lembrei-me que devíamos trocar. Ou seja, ele ficava amarrado à cama e eu colocava a venda e açoitava-o com o meu chicote.
RIC: Ena! Então... e mais? E mais?
Senhora: E foi aí que me lembrei que tinha deixado a venda a secar no estendal, juntamente com a minha roupa interior e os meus pijamas, que tinha lavado naquele dia. Pedi ao mê Zé para que fosse lá fora buscar. E ele foi...
RIC: E depois? E depois?
Senhora: E depois que ele já não voltou! Foi raptado pela Leslie! Aquela vagabunda! Levou-me o mê Zé! Aquela meretriz! Vaca!
RIC: Ah! Coitado...
Senhora: Coitada mas é de mim! E agora, como é que vou limpar as teias de aranha que tenho? Hum? Escute, ó jovem, não quer ajudar uma pobre senhora em desespero?
RIC: Hum... A procurar o seu Zé?
Senhora: Não... A limpar-me a lareira...
RIC: Ah... Hum... Eu... Ai, agora... Olhe, tudo bem... Eu vou só ali ao estendal buscar a venda e tratamos já disso... Adeusinho! Livra-te!
Senhora: Não é preciso, jovem! Eu tenho aqui a venda... Oh, já se foi... Raios... Mais um que aquela vagabunda levou. Aquela meretriz da Leslie... Bom, não tenho outro remédio... Deixa-me cá pesquisar por vibradores no OLX...
RIC